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Sentiu dor de estômago? Hora de cuidar da saúde digestiva
Dor e desconforto abdominal, azia e queimação, gases, náusea. Os sintomas de doenças digestivas são variados e funcionam como um sinal de alerta para problemas que vão desde uma gastrite leve até uma condição mais séria, que necessite de intervenção cirúrgica. “A dor no estômago é um sintoma. Pode acontecer por uma série de razões como gastroenterite ou parasitose intestinal, gastrite, úlcera, tumores gástricos, assim como também outros problemas que não envolvam diretamente o tubo digestivo superior”, explica Carlos Eduardo Brandão, chefe do serviço de Gastroenterologia do HSVP. Afinal, dor de estômago é um sinal de qual doença?
Gastrite ou úlcera, as mais comuns
A gastrite é um processo inflamatório. “Na maioria das vezes, inflama, irrita e provoca erosão da camada mais superficial do estômago. Já a úlcera aparece quando essa irritação é profunda o suficiente para afetar pelo menos três camadas do estômago: a mucosa, que é a mais superficial, a submucosa e a musculatura”, esclarece o médico. No entanto, esse processo mais superficial da gastrite pode se agravar e evoluir para a úlcera, que pode, inclusive, levar à perfuração da parede estomacal. “Logo abaixo da mucosa estão os vasos que irrigam a submucosa. Quando essas camadas são afetadas, esses vasos podem ser submetidos a um processo de erosão, se romperem e causarem hemorragia”, alerta Brandão.
As causas
Na maioria das vezes, as gastrites e as úlceras são de origem bacteriana. O tipo mais comum de gastrite é o provocado pelo Helicobacter pylori, um microrganismo que coloniza o estômago e pode, eventualmente, propiciar o aparecimento da inflamação da mucosa e até evoluir para uma úlcera. “Outras causas de gastrite e de úlceras são de origem medicamentosa, com o uso crônico de anti-inflamatórios, de aspirina ou de determinados antibióticos que irritam as camadas da mucosa e da submucosa do estômago”, explica o especialista.
O estresse é outro fator de risco importante para o surgimento de gastrites e úlceras. “Pessoas que passam por um longo período de internação e em terapia intensiva, queimados e pacientes com traumatismo cranioencefálico estão propensos a ter gastrites e até úlceras. Outras causas estão relacionadas a doenças infectocontagiosas, como sífilis, insuficiência renal e as provocadas por tumores ou linfomas”, diz Brandão.
9 sinais de que sua saúde digestiva não vai bem
Conheça os sintomas mais frequentes de doenças gástricas que podem estar associados ou não:
- mal-estar;
- desconforto abdominal;
- dor abdominal;
- pirose (queimação ou azia);
- eructação (arroto);
- regurgitação (sensação de que o ácido do estômago volta até a boca);
- náuseas;
- ânsia de vômito;
- hemorragia digestiva alta (vômito com sangue ou evacuação de fezes escuras).
Como tratar?
“Atualmente, o principal método de investigação diagnóstica é a endoscopia digestiva alta, que permite identificar se é um processo superficial ou mais profundo. De uma maneira geral, o diagnóstico da gastrite e da úlcera passa obrigatoriamente pelo exame do paciente, pela endoscopia digestiva alta e, em alguns casos, pela biópsia de um fragmento de tecido do estômago ou do próprio duodeno”, esclarece o médico.
Segundo o especialista, a mudança dos hábitos alimentares é uma medida importante, associada a medicamentos que atuam para diminuir a acidez gástrica. “Existem remédios que melhoram a proteção da mucosa gástrica e outros que combatem o desconforto abdominal, a dificuldade de digestão, a sensação de que comeu exageradamente, além de antibióticos”, diz ele. “Hoje, com os medicamentos disponíveis, cada vez menos pacientes são encaminhados para a cirurgia por conta de uma doença ulcerosa complicada, mas ainda há casos em que o procedimento cirúrgico é necessário”, ressalta Brandão.
De acordo com o médico, a palavra de ordem é moderação. “É importante ter uma dieta saudável, balanceada. Ter cuidado com aqueles alimentos que sabidamente são irritantes do tubo digestivo e também com os medicamentos que podem provocar erosões da mucosa do estômago, como analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos”, adverte. “Produtos enlatados e industrializados, que ficam um longo tempo nas prateleiras de supermercado, como, por exemplo, os refrigerantes, têm, obrigatoriamente, uma substância conservante que é ácida. Então, sobretudo no momento em que o paciente está com alguma queixa, recomendo restrição a esses alimentos e bebidas com conservantes”, conclui.